28/03/2009

Orgulho e Preconceito e o diretor-autor



Ritmo, beleza e música. Uma celebração dos nossos ritmos, dos nossos corações, de como podemos seguir por tantos descaminhos até encontrar um destino que nos satisfaça. As desilusões surgem talvez para testar nossa persistência e capacidade de merecer essa recompensa no desfecho. A emancipação feminina já ganhou inúmeros olhares ao longo dos anos, mas Jane Austen é sempre bem-vinda, ainda mais quando tão bem traduzida nas imagens de Joe Wright para o longa Orgulho e Preconceito, conseguindo renovar a crença no amor, sem apelar para diálogos e cenas melodramáticos excessivamente, mas com a sinceridade e a veemência de seu elenco.

O longa mostra os jogos de amor e interesse numa Inglaterra ainda condenada à decadência de sua nobreza, sendo a única salvação para tais situações o casamento arranjado no interesse econômico. Nossa protagonista, Elizabeth, no entanto, batalha contra as convenções e decide se casar por quem se encontrar apaixonada. Entre as idas e vindas, sabemos desde o início seu desfecho, mas o que importa é o desenrolar da trama e maneira como a direção discreta de Wright permite que as verdades contidas no romance apareçam naturalmente.

Sem tentativas de atualizar desnecessariamente a trama ou de olhar cinicamente os sentimentos expostos através de suas personagens, Wright consegue entregar um longa digno e forte - principalmente devido à escolha de sua protagonista, que, mesmo que não supere as expectativas, traz um frescor ao material humano de Austen. Alguns poderiam criticá-lo por não investir em um discurso próprio através das imagens capturadas e sua montagem, mas Wright se entrega de fato à sua habilidade: o contar histórias de maneira sincera e simples.

3 comentários:

  1. Foi isso que eu senti ao assistir este filme: frescor.
    Mesmo num contexto com um certo peso de relações arranjadas, ir de encontro às "leis" numa época em que se poderia ser condenada por isso, foi uma bela maneira de contar uma história onde prevalecia os negócios do amor, ao invés de um amor verdadeiro.

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  2. Marcio, Você descobriu esse filme agora?
    Cara ele é d'uma simplicidade e como disse Kyara de um frescor incrível!
    Adorei assisti-lo, isso porque sou fã de jane austin e já tinha lido o livro, quando enfim o filme saiu eu tive q assisti.
    Vem cá tu já assistiu Razão e sensibilidade? É também baseado num livro de jane austin. O filme é muito bom!

    bjus

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  3. Eu vi uns trechos de "Razão e Sensibilidade" e tenho muita vontade de ver. E eu até comprei o livro "Orgulho e Preconceito", mas, quando Ky me emprestou esse, nem esperei pra ler o livro antes. E só me fez ter mais vontade de ler. Muito bom.

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