14/12/2010

Homens em Fúria: Sobre Certo e Errado




A Religião, por si só, considera divino algo que nos eleva para o bem estar, para a realização de atos com a plena consciência de estar cumprindo algo positivo para a Humanidade. Ela cria noções de certo e errado que podem ou não ser seguidas, mas, de modo algum, podem ser ignoradas por aqueles que vivem em uma sociedade regida pelos ditames do Divino.

No longa Homens em Fúria (Stone, 2010) - numa tradução que mantém o longa no terreno dos clichês - a religião torna-se um dos pontos de maiores discussão através do seguinte enredo: Jack Mabry (Robert De Niro) está cansado de anos e anos de trabalho no departamento de liberação de condicionais. Perto de se aposentar, ele pega um último caso, o de Gerald "Stone" Creeson (Edward Norton), condenado que vai para a última audição, apresentando o trivial comportamento perturbado: uma década antes, ele e seu primo incendiaram a casa da avó. Estranhamente, ele insiste que suacompanheira, Lucetta (Milla Jovovich), conheça Jack, com o intuito de manipulá-lo. De início hesitante, Marby começa a ser seduzido pela esposa do prisioneiro, que parece estar desejando mudar sua condição, apresentando uma busca por um encontro espiritual que lhe distancie das práticas de outrora.

O maior destaque do longa reside na dinâmica entre Robert De Niro, Edward Norton, Frances Conroy e, surpreendentemente, Milla Jovovich, que, apesar de ressoarem clichês de outras atuações, trazem ao cenário humano que compõem uma autenticidade que o eleva do thriller convencional para um interessante estudo sobre a moral social. Ambos conseguem compor nuances interessantes para suas personagens que se questionam constantemente sobre os parâmetros regem o julgamento de atitudes certas ou erradas para uma determinada sociedade, deixando pontos em aberto para que o espectador possa concluir por si só.

Mesmo que não seja um trabalho genial e imprevisível, seu diretor consegue se utilizar dos clichês com certa habilidade a fim de mostrar quão frágeis são as bases em que se constroem os fundamentos de uma sociedade pretensamente sadia, pois o certo e o errado convivem lado a lado, tentando se equilibrar: seja no desejo de liberdade do condenado a morte, seja na guerra santa promovida por religiosos fundamentalistas.

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