26/02/2012

A ingenuidade piegas de Cavalo de Guerra



Com o passar dos anos, nós, como público, acostumamo-nos a conhecer duas faces de Spielberg: aquele que conduz a arte e diversão no cinema para frente com filmes adultos e aquele que faz filmes planejados para ganhar o Oscar. Foi o primeiro Spielberg que fez Minority Report, Jurassic Park, Munique e O Resgate do Soldado Ryan, mas foi o segundo que fez Amistad e este Cavalo de Guerra (War Horse, 2011).

O enredo é básico: família em dificuldade financeira precisa comprar um cavalo para arado, mas o pai afeiçoa-se a um cavalo jovial e rebelde      que não serve para esse tipo de serviço. Endivida-se, mas seu filho, Albert, adota  cavalo como seu, dando-lhe o nome de Joey e o ensina a arar até que o pai, para pagar uma dívida com seu senhorio, precisa vender o cavalo para o exército diante da explosão da Primeira Guerra Mundial. Joey, então, passará por vários donos: soldados ingleses, soldados alemães e até uma menininha órfã, até que consiga encontrar novamente seu dono.

Atenção: a partir deste trecho, existem revelações sobre o enredo.

Sem trazer nada de novo no quesito roteiro, Spielberg aproveita para investir na direção de arte, na fotografia, na trilha sonora e conseguem dinamizar uma história que poderia ser bastante maçante, não somente pelo tema ultrapassado, mas também pelo caráter episódico do enredo. Ainda por cima, ele consegue emocionar em alguns momentos, como na cena em que o cavalo fica preso em arame farpado e, dessa forma, promove até uma trégua entre os inimigos de guerra e o final, em que Joey e Albert chegam de volta à fazendo em um pôr do sol que relembra os clássicos de Hollywood em Technicolor.

Em suma, mesmo que seja mais do mesmo, não se pode negar que Spielberg sabe mesmo o que fazer por trás de uma câmera. Depois de tantas obras relevantes, podemos lhe dar a chance de fazer obras para atender ao mercado e, de quebra, emocionar plateias mais ingênuas.

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